Portaria reduziu drasticamente valor destinado aos municípios. Prefeitos
irão se reunir em Brasília com ministro (Foto: Diário do Pará)
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Graças a uma portaria interministerial conjunta (N° 1495-A de
28/12/2012) assinada pelos Ministérios do Planejamento e da Educação publicada
em 31 de dezembro do ano passado, o Pará teve uma perda de quase R$ 330 milhões
referente à complementação da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Iran Lima, ex-prefeito de Moju e diretor financeiro da
Federação das Associações de Municípios do Estado do Pará (Famep), explica que
em novembro passado o MEC refez seus cálculos e estabeleceu que o Pará
receberia R$ 330.845.270,54 de complementação em 31 de janeiro a ser dividido
para cada um dos 144 municípios paraenses de acordo com seu índice do Fundeb,
calculado com base na série e na quantidade de alunos matriculados na rede.
“Ocorre que a nova portaria interministerial de dezembro determinou que o Pará
receberia apenas R$ 3.070.044,49, gerando uma perda de R$ 327.775.226,05
milhões”, contabiliza.
A portaria alterou os valores de repasse da União previstas
na portaria N°1360-A de 19/11/12 aos municípios, gerando uma perda média que
alcança 10%. Além do Pará, outros seis Estados foram afetados pela medida:
Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco e Piauí. A perda conjunta dos sete estados
com a portaria alcança R$ 969 milhões e o Pará foi o que mais perdeu, ficando
com cerca de um terço desse prejuízo.
Lima estará hoje em Brasília representando o presidente da
entidade, Helder Barbalho, durante reunião que ocorre ao meio-dia com o ministro
da Educação Aluísio Mercadante. “Queremos que o MEC volte atrás e torne sem
efeito essa portaria senão os prejuízos serão enormes para os municípios e para
o Estado do Pará como um todo”, destaca. Estarão com o ministro os presidentes
das sete federações estaduais que vão defender os interesses dos estados que
perderam com a medida. A deputada federal Elcione Barbalho (PMDB) também deverá
estar presente.
Ministério rebaixou valores por aluno
Na nova portaria, o MEC rebaixou os valores per capita/aluno.
Pela portaria de novembro a receita per capita por aluno de série inicial (1ª a
4ª) urbana era de R$ 2.091,37; e da série final urbana (6ª a 9°) R$ 2.300,50.
Pela portaria de dezembro, os valores caíram para R$ 1.867,15 e R$ 2.053,87,
respectivamente.
Pela portaria de novembro o município de Moju, por exemplo,
receberia R$ 3.575.545,00. Com o rebaixamento da portaria de dezembro passará a
receber apenas R$ 33.178,00. Belém receberia R$ 9.732.911 e receberá apenas R$
90.315,00; Bragança receberia R$ 2.460.581,00 e receberá R$ 22.832,00. “A
Secretaria de Estado de Educação (Seduc) receberia R$ 103.792.016 e agora vai
receber pela portaria do final do ano apenas R$ 963.127,00, ou seja, menos de
1% do valor original e isso se reflete nos demais municípios”, calcula.
Ele diz que todos os prefeitos se prepararam para receber o
valor cheio fixado em novembro. “Como faz para resolver isso? Como os gestores
fazem para pagar seus compromissos? Os gestores que saíram deixaram dívidas
empenhadas para os que assumiram pagarem. O governo federal criou o problema e
precisa resolvê-lo!”. Iran lembra que o governo aumentou o valor per
capta/aluno e com isso veio o aumento do valor dos salários dos professores. “O
piso nacional aumentou 22%. E agora baixam a nossa per capita. Como faremos
para pagar?”, aponta.
O diretor da Famep considera inconcebível que o governo
chegue ao final do exercício e, a pretexto de recálculo, reduza o valor per
capta por aluno, estabelecido no ano anterior. “Trabalhamos com planejamento,
pagamento de salários e melhoria da infra-estrutura nas escolas. Não podemos
aceitar que o MEC venha agora afirmando que nada do que disse vale mais”,
critica.
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