terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Quando era só o Tapajós, o território era menor e as resistências também

BR 163,a Santarém Cuiabá
Nem sempre as resistências contra a divisão territorial foram tão agudas quanto hoje. Nos anos 1980 e 1990, os jornais de Belém noticiavam habitualmente a movimentação do Comitê Pró-Criação do Estado do Tapajós ou da Frente Popular pela Criação do Estado do Tapajós (esta última uma invenção do ex-vice-governador Odair Corrêa, que aceitou ser vice para se calar) e os seus defensores transitavam pelos diversos setores do poder da capital. Os governadores eram dúbios, falando uma coisa aqui e outra lá. No entanto, quando a demanda foi crescendo e, com a entrada do projeto do Carajás, a coisa mudou rapidamente.
              No início dos anos 90 o projeto era mais modesto e não previa o gigantismo territorial de hoje, pois não abarcava áreas ao sudeste paraense, apenas o chamado Baixo Amazonas e os novos municípios da Transamazônica e Santarém-Cuiabá.
              Naquela época, os 21 municípios incluídos na demanda ocupavam uma área de 534.039,91 quilômetros quadrados, o que correspondia a 42,61% da área total do Pará (1.253.164,5 quilômetros quadrados), e a cerca de 10% da superfície da Amazônia Legal. O Tapajós, que seria o sexto Estado brasileiro em extensão territorial e o 24º em população, abrigava, naquele tempo, uma população de 824.455 habitantes, volume que corresponde a 14,96% da população do Pará (5.510.849 habitantes). O município de Santarém, o mais populoso, tinha 242.081 habitantes. Naquela época a demanda territorial equivalia, mais ou menos, à divisão do Pará em duas partes quase iguais em quilômetros quadrados.
              No conjunto, esses municípios limitam-se ao norte com o Suriname e a República da Guiana; a leste com o Estado do Amapá e com o que os separatistas chamam de Pará remanescente; ao sul, com o Estado do Mato Grosso, e a oeste, com os Estados do Amazonas e Roraima.
              Os municípios listados no mapa de então eram: Almeirim, Prainha, Medicilândia, Uruará, Aveiro, Itaituba, Jacareacanga, Trairão, Novo Progresso, Rurópolis, Alenquer, Faro, Juruti, Monte Alegre, Óbidos, Oriximiná, Santarém, Belterra, Curuá, Placas e Terra Santa.
              Para a festa dos vitoriosos ou para o consolo dos perdedores de hoje (se é que haverá vitoriosos ou perdedores), lembro o que disse um natural adversário da divisão territorial, mais ou menos com estas palavras: Sou contra a criação do Estado do Tapajós (não se falava ainda do Carajás), mas sei que ele será criado um dia, seja neste século, seja no próximo". Quem assim falou foi o empresário e político paraense de Marabá, mas que sempre viveu em Belém, Oziel Carneiro, em artigo no jornal O Liberal, há 25 anos, pouco tempo depois que ele tentou, sem êxito, ser governador do Pará. Ele falou ainda no século 20 e já estamos no 21.Fonte,Blog do Manuel Dutra.

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