Os palestinos cometeram o primeiro ato insano nas dezenas de
conflitos eventuais na eterna guerra contra os israelenses: dispararam, desde a
Faixa de Gaza, um foguete rumo a Jerusalém.
Primeiro mostraram a Israel que possuem morteiros de longo
alcance (de Gaza às bordas de Jerusalém são 65 km), o que os israelenses não
podem tolerar.
Segundo, e gravíssimo, Jerusalém, depois de Meca e Medina, é
3ª cidade santa do Islã, o mais importante santuário dos judeus desde o século
X a.C. e o maior centro de peregrinação do cristianismo desde que de lá
ascendeu Cristo.
Apesar de tudo, e eu sou um simpatizante da causa, os
palestinos jamais deveriam ter apontado um foguete à Jerusalém: é um sacrilégio
disparado sobre as suas próprias cabeças.
A resposta israelense, que já reagia desde os morteiros
despejados sobre Tel Aviv é impiedosa: o ministro da Defesa, que convocara 16
mil reservistas, aumentou o contingente para 75 mil, o que é a maior tropa em
sentido, que eu tenho notícia, na história marcial recente da região. Tanto na
Guerra dos Seis Dias (1967), quanto na Guerra do Yom Kippur (1973), ambas
contra a Síria pelo controle das Colinas de Golan, o contingente foi menor.
A infantaria desse enorme exército está postada na fronteira
de Gaza. Creio que o movimento não é apenas dissuasivo: além de continuar
castigando o território palestino com bombardeios aéreos, Israel prepara uma
guerra clássica, com invasão terrestre e tomada de território, algo que só se
faz com infantaria pesada.
Não é provável que Israel queira controlar politicamente a
Palestina, pois isso não teria aprovação da comunidade internacional, mas é
certo que, na investida, pretende aniquilar o Hamas, de onde saem os comandos
para lançar os foguetes palestinos, a ponto de impossibilitar a influência do
partido no governo. Fonte, blog do Dep. Parsifal.