O deputado Megale disse não ter conhecimento de qualquer
investigação contra ele no Ministério Público.
Está nas mãos do subprocurador geral de Justiça Marcos
Antônio Ferreira das Neves o pedido de investigação contra o deputado estadual
José Megale, feito pelo promotor Arnaldo Azevedo. Os indícios apurados na
primeira instância do Ministério Público Estadual foram enviados à Procuradoria
Geral de Justiça em maio deste ano. O procurador geral de Justiça, Antônio
Barletta, se julgou impedido e repassou o caso para o subprocurador Jorge
Rocha, que também se declinou do comando da investigação e por isso os
documentos foram enviados para Marcos Antônio Ferreira das Neves.
Em entrevista ao Diário na manhã desta segunda-feira, o
subprocurador informou que está de licença prêmio e só deve retomar às
atividades no MPE no dia 10 de dezembro.
“Aí vou dar prioridade ao caso já que vocês estão tão interessados”, disse
referindo-se ao espaço que o assunto ganhou na imprensa nos últimos dias. Marcos Antônio admitiu que ainda não leu os
documentos enviados pelo promotor. Explicou que teve problemas de saúde e logo
em seguida entrou de licença. Por isso não teria havido tempo hábil.
Na semana passada, o MPE se recusou a dar informações sobre o
andamento da investigação e até mesmo a divulgar o nome do encarregado pelo
processo.
Entenda o caso
Ao apurar as fraudes na AL, o promotor Arnaldo Azevedo,
responsável pelo caso na esfera criminal, se deparou com 25 cheques assinados
pelo então vice- presidente da AL, José Megale, para pagamentos feitos a
empresas ligadas à ex-servidora da AL Daura Hage, acusada de ter montado um
esquema que reunia empresas fantasmas que se beneficiam de fraudes a licitações
na AL.
As assinaturas de Megale foram registradas entre 2004 e 2005.
Entre as irregularidades detectadas está o fato de que cheques – que somam
cerca de R$ 200 mil – foram pagos contendo apenas a assinatura do
vice-presidente. Por lei, os cheques devem ser assinados por dois integrantes
da Mesa Diretora da casa.
Megale assinou também nota de empenho no valor de R$ 148,6
mil destinados à construção de churrasqueira, calçadas e reforço estrutural da
sede campestre da Associação dos Servidores da Assembleia Legislativa (Asalp).
O repasse do dinheiro, segundo Arnaldo Azevedo, foi ilegal porque não poderia
ter havido uso de recurso público para obra na Associação que é uma instituição
privada e deveria ser mantida com a contribuição dos sócios. Megale deveria ser
investigado também por ter contratado serviços gráficos da empresa Mac Martins
que pertencia a Marco Martins que era servidor do gabinete do deputado e como
tal não poderia ter participado da licitação.
Por ter foro privilegiado, o deputado não poderia ser investigado pelo
promotor e por isso os documentos foram enviados à Procuradoria Geral.
Questionado pelo Diário, o deputado Megale disse, na última
sexta-feira, não ter conhecimento de qualquer investigação contra ele no
Ministério Público. Sobre os cheques pagos a Daura Hage afirma que não tinha
como saber das irregularidades. “Assinei centenas, talvez milhares de cheques
na AL e todos vinham acompanhados de processo administrativo feito pela casa e
eu não tinha como saber se estava correto ou não. O que cabe investigar é o
porquê de o servidor do banco ter liberado o dinheiro com apenas uma
assinatura”. O deputado confirmou que contratou serviços da empresa do então
servidor que faleceu, mas disse que não sabia da ilegalidade. Sobre o empenho
para obra na Associação de Servidores da AL, Megale afirma que a obra tem
registro no Conselho Regional de Engenharia e que o uso de dinheiro público
para obras em associações de servidores é comum.
Fonte: Diário do Pará
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Pode ficar à vontade para dar sua opinião, mas, por favor, coloque seu nome. Os comentários passam por um sistema de moderação, ou seja, eles são lidos por mim antes de serem publicados. Não serão aprovados os comentários:
- não relacionados ao tema do post;
- com palavrões ou ofensas a pessoas e marcas;
-Com nomes fictícios;
-Principalmente os ofensivos e de ataque pessoal serão rejeitados;
Espero contar com a compreensão dos visitantes, pois este blog é um veículo de comunicação sério e que prima pelo bem estar do cidadão sempre levando a notícia com ética e seriedade.