O parecer do relator
da Comissão Especial da Reforma Política, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI),
prevê o fim da reeleição para cargos do Executivo e mandatos de cinco anos.
O texto de Castro,
apresentado na tarde desta terça-feira 12, na comissão prevê a coincidência das
eleições e de duração dos mandatos, sendo que na eleição municipal de 2016 os
prefeitos e vereadores eleitos terão mandato de apenas dois anos. Em 2018,
haveria eleição para todos os cargos eletivos a ser realizada na...
mesma data.
Para se permitir a
coincidência, haveria uma etapa de transição pela qual, na próxima eleição,
prefeitos e vereadores teriam um mandato de somente dois anos. Esta eleição
seria, no entanto, segundo Castro, a última em que os eleitos poderiam ser
reeleitos, podendo permanecer ate sete anos no poder.
“O texto prevê o fim
da reeleição para os cargos executivos - prefeitos, governadores e presidentes
da República somente a partir de 2018. Achamos que foi um equívoco no passado
que precisamos corrigir agora”, disse o parlamentar.
“Também queremos aprovar as coincidências de
todas as eleições, eleições unificadas no Brasil inteiro de vereador a
presidente. O próximo mandato para vereador e prefeituras eleições de 2016
seria de dois anos. Depois, em 2018, todos mandatos seriam de cinco anos,
incluindo senador atualmente de oito anos”, explicou.
Segundo o deputado,
o relatório também prevê que os três senadores de cada estado sejam escolhidos
na mesma eleição. Atualmente, há um revezamento e, a cada quatro anos, um ou
dois senadores são eleitos para mandatos de oito anos.
Pelo texto, também
passa a ser diferente a forma de escolha dos senadores suplentes. Atualmente,
os suplentes concorrem na mesma chapa do candidato a senador. Pelo relatório,
os suplentes de cada estado seriam o quarto, o quinto e o sexto mais votados.
O relatório do
peemedebista também mantém o voto obrigatório. "A maioria dos membros da
comissão se mostrou a favor do voto obrigatório. As pessoas acharam que, como
as eleição são agora só de cinco em cinco anos, e como o voto é um dever,
optou-se por manter o voto obrigatório", afirmou.
COLIGAÇÕES:
A proposta do
relator, articulada, segundo Castro, a partir de discussões com os membros da
comissão, prevê ainda o fim das coligações proporcionais, pela qual partidos se
unem para disputar eleições para deputado e vereador.
O sistema atual
permite a união de partidos nessas eleições. Na hora de votar, o eleitor pode
escolher um candidato (voto nominal) ou apenas o partido (voto de legenda).
Quanto mais votos uma coligação obtiver (somando nominais e na legenda), mais
vagas terá no Legislativo. Na prática, coligações com candidatos capazes de
obter grandes votações (os chamados "puxadores de votos") e/ou muitos
votos na legenda conseguem eleger também candidatos pouco votados. Por isso, é
comum ver um candidato ser eleito mesmo obtendo menos votos que outro, de outra
coligação.
A proposta também
deverá ter um modelo de escolha de deputados e vereados que ficou conhecido
como distritão, em que são eleitos os candidatos mais votados da cidade ou do
estado. O modelo se contrapõe ao atual sistema proporcional com lista aberta,
em que o número de votos do partido ou coligação define que sigla tem direito
de ocupar as vagas em disputa. Com base nessa conta, o candidato mais bem
colocado de cada partido entra.
O modelo do
distritão é defendido pelo presidente nacional do PMDB e vice-presidente da
República, Michel Temer. Castro, no entanto, defende o voto distrital misto,
que combina o sistema distrital com o proporcional. “A noção do distritão é um
voo cego, um salto no escuro, embora esteja discordando aqui do meu presidente
do PMDB”, declarou.
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