Líderes do movimento
exigem a presença de representantes do DNIT no local.
Revoltados com as
péssimas condições de trafegabilidade e com o abandono do Governo Federal,
membros do Sindicato da Agricultura Familiar interditaram na manhã de
segunda-feira (05), a Rodovia Santarém – Cuiabá (BR-163), no quilômetro 40, no
município de Rurópolis, no sentido Itaituba.
De acordo com
lideranças do movimento, a interdição é por tempo indeterminado. Os líderes
exigem a presença de representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transporte (DNIT) no local, com poder de decisão, para negociar a principal
exigência, que é a garantia de que haverá condições de ser mantido o tráfego
nessa rodovia durante o período chuvoso (inverno amazônico), pois o trecho mais
próximo de Rurópolis encontra-se em péssimas condições.
O presidente da
Câmara de Dirigentes Lojistas de Itaituba (CDL), empresário Davi Menezes, conta
que trafegou na Rodovia, na semana passada e, constatou que cerca de 50 quilômetros
da rodovia estão precisando de recuperação urgente.
Trabalhadores
colocaram toras de madeira para interditar Rodovia
Segundo os
trabalhadores da Santarém – Cuiabá, as carretas que transportam grãos do Mato
Grosso para o porto de Santarém, utilizam o leito da rodovia, desgastando muito
a estrada, o que faz com que seja muito difícil para os carros pequenos
trafegarem, sobretudo, no referido trecho.
Por enquanto,
nenhuma autoridade manifestou-se em relação à interdição, enquanto os carros
começam a fazer filas de um lado e de outro.
O congestionamento
chega a quase 6 quilômetros, de acordo com os trabalhadores.
Trabalhadores
protestam contra o manejo florestal realizado no local pela empresa Jari
Celulose - Grupo Jari
Trabalhadores
protestam contra o manejo florestal realizado no local pela empresa Jari
Celulose – Grupo Jari
PROTESTO EM
ALMEIRIM: Outro protesto de trabalhadores também acontece no município de
Almeirim, no Oeste do Pará. Moradores da comunidade Repartimento dos Pilões
acampam desde o dia 26 do mês passado, em uma área da Floresta Amazônica,
dentro do Município.
Os trabalhadores
protestam contra o manejo florestal realizado no local pela empresa Jari
Celulose/Grupo Jari, produtora de celulose para papel. A ação tem apoio da
Associação dos Micros e Mini Produtores Rurais e Extrativistas das Comunidades
do Repartimento dos Pilões e Vila Nova e ainda da Rede Intercomunitária
Almeirim em Ação (RICA), que reúne um total de onze comunidades da região. As
lideranças acusam a empresa de invadir uma área de uso comunitário e afirmam
que o protesto só terá fim com a presença das autoridades no local.
“Nossas famílias
estão protestando contra o manejo liberado pela Sema, para a empresa do Grupo
Jari Florestal S/A dentro da área de uso comum de nossas comunidades. Nossas
famílias são pobres. Vivemos do extrativismo da castanha do Pará e da pequena
agricultura. A retirada da madeira empobrece nossa área e ameaça nossa
principal base econômica, que ainda é o extrativismo’’, disse a vice-presidente
da Associação dos Micro Extrativistas e coordenadora da RICA, Dilva Araújo.
Ela informou que o
conflito pela disputa da área é antigo, remetendo à década de 1980. De lá para
cá, vários acordos já foram firmados entre a Jari e as comunidades, para a
ocupação da área e exploração dos recursos naturais, inclusive com
intermediação do Ministério Público Estadual e da Justiça Estadual. No entanto,
as lideranças dizem que os descumprimentos dos acordos são comuns. As famílias
querem que o poder judiciário se manifeste sobre a regularização fundiária e
limites do Plano de Manejo Florestal Empresarial.
A área, foco da
disputa, é rica em castanha-do-pará e outras diversas espécies florestais e
frutíferas, como piquiá, uxi, andiroba, copaíba, breu branco, açai, bacaba,
cumaru e jatobá. Também registra a presença de animais de caça, que servem de
complemento alimentar para dezenas de famílias.
Dilva Araújo disse
que os moradores se surpreenderam com a presença de empregados da Jari na área.
Ela contou que representantes da empresa promoveram uma reunião com as
comunidades para informar que tinham autorização da Sema para retirar madeira
de lei da área.
“Eles fizeram a
reunião para dizer que iam retirar a madeira, nós ficamos revoltados, mas não
sabíamos que na verdade, eles já estavam dentro da mata. Eles já retiraram
quase tudo, só pararam porque chegamos’’, declarou a lider comunitária.
“Queremos que a Sema nos esclareça porque liberou o manejo na área’’, concluiu
Dilva, afirmando que os moradores só sairão da área onde estão acampados quando
receberem a...
visita das autoridades.
visita das autoridades.
Fonte: RG 15/O
Impacto, com informações de Jota parente e Dailton Palheta.
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