O que deveria ser apenas um procedimento cirúrgico para
retirada do pino colocado há 30 dias no punho direito do filho, um adolescente
de 14 anos, se transformou em revolta e tristeza para a família de Iranilda
Maria Santos Silva. A operação ocorreu na manhã da última segunda-feira, no
Hospital Infantil Santa Terezinha, no bairro de São Brás em Belém, porém, em vez de
cumprir o que estava previsto na solicitação, o médico responsável pela
intervenção trocou a parte do corpo que deveria ser aberta, ocasionando um corte
desnecessário na região do ombro direito. O pino foi retirado após
identificação do erro. “Uma cirurgia que deveria durar menos de quinze minutos
foi feita em quase duas horas. O tempo ia passando e eu ficava preocupada, foi
quando saiu uma enfermeira da sala e eu perguntei o que estava acontecendo. Ela
disse que esse tipo de cirurgia no ombro demorava mesmo. Eu disse que ele
estava ali para retirar apenas um pino, aí ela ficou nervosa e voltou para a
sala”, contou.
De acordo com a mãe do adolescente...
Para dona Iranilda, o erro médico foi ocasionado pela
apresentação de um raio x que não seria o do seu filho. “Quando pude vê-lo e vi
o que tinha acontecido, fiquei muito triste. Ele me contou que viu o raio x e
percebeu que não era o dele, tentou falar, mas ninguém ligou”, afirmou.
Preocupada com o ocorrido, ela contou que procurou a direção e o médico
responsável, que prontamente teriam ido dar explicações. “Foi quando eles
admitiram o que chamaram de ‘pequeno equívoco’, alegando que iam dar toda a
assistência necessária, inclusive o dinheiro da passagem de ônibus para que o
garoto fosse fazer os curativos. Mas o que eu quero é que eles sejam responsabilizados
por isso para que não se repita com mais ninguém”, indignou-se a mulher. Ela
registrou boletim de ocorrência na Seccional de São Brás e pretende levar o
caso ao Ministério Público.
A reportagem entrou em contato com o hospital para esclarecer
o que teria acontecido, mas foi informada pela telefonista que a direção só se
posicionaria sobre o assunto pela manhã de hoje, durante o expediente normal,
já que ontem foi feriado. O garoto é o mais velho de quatro irmãos e sonha em
ser jogador de futebol. Para ele, o mais difícil será ficar por mais tempo sem
ir aos treinos devido aos dois procedimentos. Deitado em uma cama, ele ainda
sente dores e teme ficar com marcas pelo resto da vida. (Diário do Pará)
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