A palavra alfabeto deriva-se do grego alpha (primeira letra
do alfabeto grego) e beta (segunda letra do mesmo alfabeto).
Para ficar fácil a compreensão, é resumidamente um conjunto
de sinais gráficos que juntos podem formar uma imensidão de palavras.
Os sinais, em geral, recebem o nome de letra. O som que elas
representam recebe o nome de fomena.
Além dos alfabetos, existem outros meios de escrita por meio
de sinais, um deles é o silabário. Se no alfabeto cada sinal representa o que
conhecemos como letra, no sistema silabário, cada sinal representa uma sílaba.
Também existe o sistema pictográfico, neste os objetos são
representados por desenhos, estes desenhos são os sinais desse sistema e
recebem o nome de pictograma.
Quando os objetos não podem ser representados por desenhos,
os pictogramas são combinados e recebem o nome de ideogramas. Assim sendo,
ideogramas são pictogramas combinados para representar o que não pode...
ser
desenhado.
É claro que não trataremos de cada alfabeto apresentado de
forma exaustiva, minha aspiração não fazer deste livro uma enciclopédia, mas
com certeza perceberemos a evolução da escrita ao entendermos a dos alfabetos.
Agora, depois desta pausa, é necessário que o leitor preste bastante atenção em
cada explicação a seguir, já que vem bastante resumida e a compreensão de uma
depende da outra.
Semítico setentrional
Se você é um leitor muito detalhista, já deve ter reparado
que este alfabeto não possui vogais. O semítico setentrional é o alfabeto mais
antigo que se tornou conhecimento. Formado por 22 consoantes, gerou os
alfabetos hebraico, árabe e fenício.
O alfabeto árabe possui 28 consoantes e suas vogais são
representados por pontinhos acima delas.
A palavra semítico vem do nome Sem, o filho mais velho de
Noé.
Qual foi a biografia mais admirável que você presenciou,
acredite, a que a bíblia relata sobre Sem é bem mais.
Noé possuía três filhos, Sem, Cam e Jafé. Certo dia Noé
inventa o vinho com um experimento e, sem saber do efeito embriagatório do
líquido, ele exagera na dose até ficar alucinado o suficiente a ponto de tirar
a roupa e ficar, é claro, nu.
Enquanto estava nesta situação, chegou seu filho, Cam, que
achou, digamos, engraçadinho o acontecimento e chamou seus irmão para sarrar o
patriarca junto dele. Seus irmão mais idôneos, vão de costa até Noé com uma
manta com a qual o vestem.
Quando Noé recobrou os sentidos, ficou zangado com Cam e
abençoou Sem e Jafé pelo “ato heróico”.
A partir daí, Sem começa a ser muito abençoado, vive por
seiscentos anos e depois dos seus noventa e oito anos consegue sete filhos.
Seus descendentes habitaram a alta Ásia e a média, estendendo-se do mar
Mediterrâneo até a Índia. O seu terceiro filho, o Arfaxade, gerou Sala que
gerou Heber. Deste Heber, um afamado guerreiro, veio o hebraico, língua que na
escrita eram usadas apenas consoantes mais para frente com pingos em cima que
indicavam as vogais a serem usadas.
Quando ocorre na bíblia a ocupação da terra de Canaã (a oeste
do rio Jordão, na palestina) pelos israelitas, a língua que eles falavam era já
o Hebraico.
Por serem muito próximas, perceba que as duas línguas
(semítica e Hebraica) apresentam um alfabeto muito parecido.
Quando a língua hebraica caiu em desuso, os conservadores
populares criaram o aramaico que originou a língua árabe, uma das três línguas
atuais do tronco semítico apresentados acima.
Nos tempos de Cristo, a língua considerada vulgar de raiz
semítica e cognata ao aramaico e árabe era a fenícia. Embora assim seja
considerada, os escritores gregos e romanos concordam que o alfabeto foi
ensinado aos gregos pelos fenícios. Existe uma crença que diz que foram eles
que inventaram o alfabeto, mas isso esta longe de ser comprovado.
Alfabetos grego e romano
Como já foi relatado anteriormente, os gregos adotaram a
variante fenícia do alfabeto semítico, isso aconteceu entre os anos 1000 e 900
ac. Depois do ano 500 ac, o grego se difundiu por todo mundo Mediterrâneo e
dele derivaram outras escritas como, por exemplo, o romano e o etrusco.
Agora perceba a proximidade do alfabeto grego ao que usamos
no português, com certeza este conjunto de informações já estão te deixando
exausto, então vai aí um conselho, descanse um pouco e depois reflita sobre o
que você já aprendeu pois o grande desfecho do assunto esta chegando no próximo
subtítulo, a seguir você continuará viajando pelo tempo até chegar ao ponto
idiomático que estamos.
Alfabeto cirílico
Por volta do ano 860 dc, os religiosos gregos, que viviam em
Constantinopla, evangelizaram os eslavos e idealizaram um sistema de escrita
conhecido como alfabeto cirílico. Suas variantes são as escritas russa,
ucraniana, sérvia e búlgara.
Alfabeto árabe
Também tem sua origem no semítico e, possivelmente, surgiu no
século IV de nossa era. Foi utilizado nas línguas persa e urdu. É a escrita do
mundo islâmico.
Até que veio o português
Algumas curiosidades a respeito de nossa língua são
inevitáveis, como por exemplo a de que foi a última a ser formada, isso é se
podermos dizer assim, pois particularmente acredito que nenhuma língua estará
um dia formada, mas pelo menos sabemos que o português foi a última ser
considerada língua oficial de um ou mais países.
Mas como será que ela passou a existir, continuamos então
nossa viagem. Retomando o assunto, falávamos a respeito da propagação do grego
e do surgimento do romano e etrusco.
Por volta do séc VI ac, chega à península itálica uma língua
trazida dos povos provenientes do norte, oriunda das famílias das línguas
indo-européias, também possuía forte relação com o sânscrito, o grego e com as
subfamílias céltica e germânica, era o início do latim.
A língua passou a ser falada em roma, rapidamente se tornou
língua oficial da igreja católoca e dos nobres passando a existir assim o latim
clássico que era a forma culta da língua.
Quando o império romano começou a conquistar novas terras, os
soldados que eram enviados para proteger e explorar estes domínios não falavam
o latim clássico, mas sim o desprezado latim popular. Os soldados queriam impor
sua língua e a mistura do latim popular com as línguas nativas formavam novas
línguas de origem latinas, mas com características das já existentes em cada
lugar.
Ao chegar à península ibérica, o domínio romano foi se
propagando até chegar ao Condado Portucalense, que hoje corresponde à região de
Portugal. A língua falada nesta região era o galego que no processo de mixagem
com o latim popular resultou no português de Portugal.
O latim deriva de línguas antigas faladas no Lácio em Roma, e
o português foi a ultima língua neolatina a se formar, por isso ela é conhecida
com a “ultima flor do Lácio”, uma citação deste termo, provavelmente a mais
famosa, esta no poema de Olavo Bilac “a ultima flor do Lácio”.
Por demorar tanto para se formar, o português possui a maior
proximidade com o latim dentre as línguas neolatinas.
No ano de 1500, tropas portuguesas ingressaram para a
América, colonizaram o Brasil e impuseram como língua oficial, porém, aqui já
existia um povo com língua própria, eram os índios cujas línguas principais
eram o tupi e o guarani. A mistura do tupi-guarani com o português resultou no
português brasileiro que ao passar do tempo sofreu outras modificações
decorrentes a outras influencias lingüísticas.
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