Vinte e sete empresas paraenses envolvidas em um esquema de
fraudes tiveram seus acessos bloqueados nesta quinta-feira (11) aos sistemas
eletrônicos federal DOF (Documento de Origem Florestal) e estadual
Sisflora/PA(Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais).
Nas últimas semanas, o instituto identificou uma movimentação indevida de 64
mil metros cúbico de créditos de madeira serrada (o equivalente a 3,2 mil
caminhões cheios), enviados em massa e de forma fraudulenta por serrarias em
cinco diferentes estados para abastecer madeireiras no Pará.
Segundo o IBAMA, o objetivo das fraudes era esquentar madeira
ilegal explorada nas florestas protegidas do estado, já que as transações não
envolviam de fato o transporte da madeira serrada. Cerca de cem madeireiras no
Pará receberam os créditos indevidos do esquema e também poderão ter o acesso
ao mercado bloqueado nos próximos dias.
"Era uma rota absurda porque o Pará é um estado
produtor, rico em florestas, não tem sentido vir madeira de fora", explica
Paulo Maués, chefe da fiscalização do IBAMA no Pará. "Uma parte dos
créditos já foi utilizada para mandar madeira esquentada para todo o Brasil e
houve inclusive exportação. Mas já retiramos cerca de 20 mil metros cúbicos do
mercado e vamos obrigar os envolvidos a estornarem todo o total recebido
ilegalmente", afirma Maués.
Essa é a maior operação de envio de créditos virtuais
interestadual flagrada nos últimos anos pelo Ibama, segundo os analistas
ambientais. Além das multas, que até o momento somam R$ 10 milhões, as empresas
envolvidas serão denunciadas ao Ministério Público por formação de quadrilha,
fraude nos sistemas oficiais de administração ambiental e crimes fiscais.
Fraudes
Segundo o IBAMA, as transações fictícias ocorreram entre 1º
de março e 10 de abril. Os créditos virtuais saíam de contas no DOF de
serrarias localizadas nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e
Tocantins, que recebiam créditos dos estados do nordeste, sudeste e sul do
país, em um sistema de triangulação.
Em seguida, entravam nas contas no Sisflora/PA das
madeireiras que, assim, podiam emitir Guias Florestais fraudadas para então
legalizar a madeira irregular que já possuíam.G1/PA
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