segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Músico, economista, Governador

No blog da reporter:
O Diário do Pará publicou, na edição de domingo (31), perfis dos dois candidatos ao governo do Pará. Encerrada a eleição, compartilho com os leitores do blog, que ainda não leram, o perfil do governador eleito do Pará, Simão Jatene.



Com a voz que esgrima nos programas eleitorais, Simão Robson Oliveira Jatene, poderia ganhar a vida como locutor de uma rádio FM. Ele até flertou com a vida artística, mas o destino o levou para arena política.
Foi como político que Jatene firmou a imagem de técnico competente, um dos trunfos do marketing da campanha, e veio a se tornar governador do Estado na primeira eleição que disputou em 2002. Uma trajetória – ironicamente - comparada à da candidata petista à presidência da República, Dilma Rousseff, eleita presidente do Brasil.


Com os interlocutores mais próximos, Simão Jatene mistura a frieza do economista com a emoção do artista que no final dos anos 60 fazia músicas de protestos e flertava com o teatro. Durante uma entrevista é capaz de ir às lágrimas ao falar de temas áridos como verticalização da produção.
Provocado sobre uma das muitas certezas que exibe, segura o interlocutor e fala sem parar até ficar certo de que conseguiu pelo menos plantar uma dúvida. Foi assim quando numa entrevista foi questionado sobre alguns aliados da atual campanha.


Jatene procura passar a imagem de bom moço, homem da paz que evita confronto direto com o adversário. Criticado duramente pelo ex-governador Almir Gabriel, mentor e avalista da eleição ao governo em 2002, evitou comentários desabonadores ao ex-colega de partido, mesmo quando o gravador estava desligado. Em entrevistas disse preferir a imagem de Almir que discutia com ele os projetos para o desenvolvimento do Pará.


Jatene nasceu em Belém, mas passou a infância em Castanhal e depois, voltou para a capital para completar os estudos. A música surgiu como paixão que ele carrega até hoje, mas também como uma fonte de renda nos tempos de vagas magras em que era apenas mais um estudante do interior, sonhando com o futuro promissor na cidade grande.


O homem que venceu a petista Ana Júlia Carepa conheceu o gosto de ser popular como crooner do conjunto de Guilherme Coutinho um marco na história cultural da cidade.
Entre seus feitos está o de ser um dos fundadores e primeiro diretor musical do Grupo Experiência, o mais antigo e respeitado do teatro paraense. Participou de festivais e compôs sambas enredos de escola de samba, entre eles o premiado “Eneida, sempre viva” para o “Quem São Eles”.



Paralela à vida cultural, Jatene concluía o curso de economia. Fez mestrado pela Universidade de Campinas e se tornou professor da Universidade Federal do Pará, atividade que voltou a exercer tão logo deixou o governo em 2007.
O artista e professor de economia começaram a ceder lugar para o burocrata e futuro político no início dos anos 70 , quando Jatene se tornou técnico do Estado.


Desde então, foi figura presente no staff de sucessivos governos paraenses
Foi secretário de Planejamento do Estado, na gestão do então governador Jader Barbalho. Quando assumiu o ministério da Previdência, Jader levou o amigo com ele. Jatene foi secretário geral da pasta e participou da criação do Ministério da Reforma Agrária, onde foi o primeiro secretário geral também sob a batuta de Jader.
Em 1988, afastou-se do líder do PMDB e ajudou a fundar Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) onde se mantém até hoje.


Nos governos de Almir foi secretário de Planejamento e depois de Produção. Em 2002, contra os próprios companheiros do PSDB, que o acusaram de ser muito técnico e não político, foi candidato ao governo pelo PSDB com apoio total de Almir Gabriel. Venceu a petista Maria do Carmo. Em 2006 não concorreu à reeleição e apoiou Almir. Este perdeu a eleição para Ana Júlia Carepa, hoje sua aliada. Almir credita ao “corpo mole” de Jatene a derrota naquela eleição e os dois estão rompidos após quase 30 anos de amizade e parceria política.


Jatene é casado com Ana. Tem dois filhos do primeiro casamento e dois enteados. Gosta de pescar, o que foi explorado contra ele no calor da campanha. Também gosta de tocar violão. Em encontros com amigos não é preciso insistir muito para que dê uma canja. Ataca de medalhões da MPB como Djavan de quem gosta de cantar o sucesso Oceano.


Em conversas e entrevistas sempre dá um jeito de incluir suas frases prediletas: “O homem é um projeto para dar certo”; “O Pará é maior do que qualquer partido e qualquer liderança” e ultimamente tem se definido como um homem que “usa as palavras para revelar e não para esconder suas intenções”. Que assim seja.


Fiz alterações em tempos verbais, já que agora, sabemos o resultado da eleição
A foto é do craque Otávio Cardoso feita especialmente para a edição de domingo do Diário do Pará e gentilmente cedida ao blog.

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