Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidenta eleita, Dilma Rousseff, afirmou ontem que o salário mínimo será maior do que R$ 600 no final do ano que vem, passando a valer em 2012. No entanto, ela ainda não tem certeza de quanto poderá dar de aumento já em janeiro de 2011 — daqui a dois meses. Esse valor será negociado com centrais sindicais ainda este ano, conforme ela havia revelado em entrevistas às redes de TV Band e SBT, na terça-feira. Para janeiro, as centrais pedem R$ 570.
Apesar de modificar o valor previsto de R$ 538,15, Dilma defendeu o atual sistema de aumento do salário mínimo — que tem como base a inflação do ano anterior, mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. O que a futura presidenta quer é compensar o trabalhador pelo baixo reajuste que haveria em 2011, devido ao crescimento zero do PIB de 2009. “Houve uma crise internacional que afetou as economias. O Brasil teve uma recuperação muito forte”, ressaltou. “Num cenário de PIB crescendo a taxas que esperamos, o que vamos ter é um salário mínimo no horizonte de 2014, acima de R$ 700 e poucos, mantido o critério. Já em 2011, ele estaria acima de R$ 600 no final de 2011, início de 2012. Vamos fazer esse ajuste”, prometeu.
Em nota, a Força Sindical indicou que concorda com a proposta de Dilma. Segundo a Força, hoje começa a negociação entre as centrais sindicais e o relator do Orçamento, senador Gim Argello (PTB-DF), que vai sugerir inicialmente R$ 540. “O Brasil teve uma forte recuperação em 2010. Pleiteamos uma forma de reavaliação, levando-se em conta o cenário de crescimento”, diz a nota. “Um bom reajuste terá um impacto positivo na renda de 45 milhões de trabalhadores e aposentados”. A Central Única de Trabalhadores (CUT) também concorda com Dilma. “São milhões de pessoas que dependem do mínimo, o que o torna um dos mais poderosos instrumentos para fortalecer o mercado interno”, justifica.
O Diario online
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