quinta-feira, 17 de outubro de 2013

SIMÃO JATENE VOLTA A ADMITIR QUE DESVIOU DINHEIRO

O governador Simão Jatene confessou ontem, pela segunda vez, que vem desviando o dinheiro arrecadado com a taxa mineral. Dessa vez durante solenidade pública realizada no Hangar – Centro de Convenções da Amazônia e novamente em matéria postada na Agência Pará de Notícias, site oficial de notícias do governo.
A novidade dessa vez é que Jatene admitiu que a TFRM, na verdade, foi apenas um pretexto para criar mais um imposto milionário que o governador e seus assessores manipulam da forma que bem entendem sem prestarem contas ou serem incomodados.
Segundo o site de notícias do governo (http://www. agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=137382), o governador tucano foi cristalino na sua fala: “A taxa mineral é um imposto, um tributo (grifo nosso) que é cobrado das grandes empresas de mineração pelo poder de fiscalização que o Estado não tinha e que passou a ter”, afirmou o governador.
Ou seja, o governador mentiu para a sociedade e para a Assembleia Legislativa (AL) em 2011 ao encaminhar o Projeto de Lei (PL) Ordinária que criou a Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários (TFRM), aprovado por unanimidade dia 13 de dezembro de 2011 na casa, destinado exclusivamente para preparar o Estado para controle e fiscalização da atividade mineral.

A título de esclarecimento: a Constituição Federal prevê que a criação de uma taxa exige que o dinheiro arrecadado seja usado para a contraprestação de um serviço específico. No caso da TFRM, exclusivamente para ações de fiscalização e controle da atividade minerária no Estado.
Na verdade, o que Simão Jatene vem fazendo é usar os milhões arrecadados com a taxa mineral como se fosse um imposto, que quando criado não implica em destinação específica, podendo ser usado livremente para fazer frente às despesas e aos investimentos do Estado. Como a criação de um imposto sobre a mineração pelo Executivo estadual é inconstitucional, o governador usou o subterfúgio da taxa para burlar a legislação.
O fato é que nem a oposição – e talvez até a situação – imaginava que, na verdade, o intuito de Simão Jatene era criar mais um imposto travestido de taxa, que vem sendo ilegalmente desviado para pagamento de empreiteiras, serviços de vigilância e Despesas de Exercícios Anteriores (DEA´s), dívidas contraídas pelo governo em exercícios passados e que, segundo se comenta na Assembleia Legislativa, estão sendo negociadas de forma nada republicana. Tudo foi mostrado pelo DIÁRIO numa série de reportagens nas últimas semanas.
Receita
O DIÁRIO revelou que, através da fonte de receita da taxa mineral (0303003245), a Secretaria de Estado de Transportes (Setran) efetuou, apenas neste ano, pagamento de R$ 57.229.889,50 a quatro empreiteiras para execução de obras e serviços de construção de pontes, recuperação, restauração e pavimentação de rodovias.
Apesar de Jatene ter dito em resposta a um pedido de informações do deputado Martinho Carmona que o Estado havia arrecadado com a taxa R$ 538 milhões, estranhamente no Balancete Geral do Estado o valor apontado era de apenas
R$ 159.501.591,73. Mais uma vez a falta de transparência do governo Jatene com o dinheiro público deixa dúvidas sobre onde foram aplicados os quase R$ 378 milhões que desapareceram do Balancete Geral.
A atitude de Jatene configura crime previsto no Art. 315 do Código Penal: “Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei”. A pena é de detenção de um a três meses ou multa. Caso os desvios sejam comprovados, o governador responderá também por crime de responsabilidade fiscal e improbidade administrativa.
Seguindo a filosofia tucana que vem desde a privatização da Celpa, de que a Lei no Pará é potoca, o governador não está nem um pouco preocupado com possíveis ações do Ministério Público ou do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Essa atitude não é novidade na história de Simão Jatene.
Até hoje a sociedade desconhece o destino dos R$ 450 milhões recebidos por Almir Gabriel e Jatene quando a Celpa foi privatizada. Até hoje ninguém sabe e ninguém viu o que foi feito com o dinheiro. E nada aconteceu, nem por parte do TCE ou do MP estadual. E a sociedade perdeu um dos seus maiores patrimônios, a maior empresa do Estado.
Caso de desvio acabou em condenação
São inúmeras as decisões judiciais que condenam agentes públicos que desviam recursos públicos carimbados por lei para uma finalidade e a utilizam em outra totalmente diversa. Um dos casos mais eloquentes é o do deputado federal Zé Gerardo (PMDB-CE). Aliás, se a lei não é cumprida, de que serve a elaboração de um orçamento para o Estado? Essa pergunta só pode ser respondida pelo Ministério Público e pelos órgãos de análise de contas do Estado.
O ex-deputado federal foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio de 2010 a dois anos e dois meses de prisão e a perda dos direitos políticos por cinco anos. A pena de prisão foi substituída pelo pagamento de 50 salários mínimos e prestação de serviços à comunidade pelo período que duraria a detenção.
De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF), Zé Gerardo, quando administrava a prefeitura de Caucaia (CE), recebeu R$ 500 mil em recursos públicos federais para a construção de um açude na cidade. Porém, segundo o MPF, o dinheiro foi usado para a construção de passagens molhadas, tipo de pontes erguidas com pedras em áreas alagadas.
O Ministério Público Federal também acusou o ex-prefeito de Belém Duciomar Costa de improbidade administrativa por ter desviado verbas federais do Sistema Único de Saúde (SUS) para equipar a Guarda Municipal.
No fim de 2005, a prefeitura de Belém assinou convênio com o Ministério da Saúde para a aquisição de 65 carros e 50 motocicletas. Seriam usados em ações de vigilância sanitária e epidemiológica.
O MPF requereu judicialmente a inspeção dos automóveis e das motos e descobriu que os veículos destinados à Guarda Municipal haviam sido adquiridos, na verdade, com as verbas do SUS. Relatório do Denasus acusa o desvio de finalidade de R$ 1,4 milhão.
Corresponde a 54% das verbas repassadas ao município. O Ministério Público pediu à Justiça que determine a restituição do dinheiro aos cofres da União.
Se condenado, o ex-prefeito pode cumprir pena de detenção de até três anos, além de perder o cargo e ficar inabilitado para o exercício de função pública por período determinado.
Os dois casos seguem o mesmo princípio utilizado por Simão Jatene: uso de dinheiro arrecadado com um fim previsto em lei e desviados para outros completamente diversos. Fonte: Diário do Pará

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pode ficar à vontade para dar sua opinião, mas, por favor, coloque seu nome. Os comentários passam por um sistema de moderação, ou seja, eles são lidos por mim antes de serem publicados. Não serão aprovados os comentários:
- não relacionados ao tema do post;
- com palavrões ou ofensas a pessoas e marcas;
-Com nomes fictícios;
-Principalmente os ofensivos e de ataque pessoal serão rejeitados;
Espero contar com a compreensão dos visitantes, pois este blog é um veículo de comunicação sério e que prima pelo bem estar do cidadão sempre levando a notícia com ética e seriedade.

Curta o Portal no Facebook

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...