A decisão tomada em reunião do partido complica a aliança com o PT
O PTB, partido do prefeito de Belém, Duciomar Costa, decidiu, em reunião realizada na manhã de ontem, manter a candidatura do empresário Fernando Yamada ao Senado, apesar da pressão do PT, que deseja ter, dentro da coligação “Acelera Pará”, a candidatura única do deputado federal Paulo Rocha.
O PTB é um dos 13 partidos que se juntaram ao PT na aliança em torno da reeleição de Ana Júlia Carepa ao governo e de Rocha ao Senado.
O próprio Yamada chegou a anunciar aos petebistas que desistiria, temendo que o registro fosse impugnado porque há questionamento jurídico sobre candidatura avulsa de partido que faz parte de coligação. Durante a tarde, contudo, o empresário voltou atrás atendendo pedido de Duciomar Costa.
Por sua vez, os petistas avaliaram o assunto e decidiram continuar trabalhando para que os três partidos da coligação “Acelera Pará” que lançaram nomes avulsos à disputa desistam dessas candidaturas. Em último caso, o PT espera que haja uma saída jurídica para o imbróglio.
Por enquanto, a legenda de Ana Júlia Carepa não cogita ir à Justiça pedir as impugnações para evitar desgastes com os aliados. A expectativa é de que a iniciativa parta do próprio Tribunal Regional Eleitoral ou do Ministério Público.
Com as três candidaturas avulsas, somam quatro os candidatos ao Senado de partidos da aliança em torno de Ana Júlia. Além do petista Paulo Rocha e do petebista Fernando Yamada, estão na disputa Rosineide Souza pelo PSB e Anivaldo Lima pelo PV.
Com quatro candidatos na “Acelera Para”, o PMDB, que até então trabalhava apenas o nome do deputado federal Jader Barbalho, lançou a candidatura de José Sanches para a segunda vaga.
O chefe da Casa Civil de Ana Júlia Carepa, Everaldo Martins, quer conversar com Barbalho. Quer convencê-lo a manter a candidatura única no PMDB. “Essas candidaturas podem amarrar o segundo voto tanto aqui (PT) quanto lá (no PMDB). Não nos interessa amarrar o segundo voto. Só interessaria se o PMDB estivesse conosco na coligação”, disse Martins.
A estratégia do PT, afirmou, é garantir a reeleição de Ana Júlia Carepa, a eleição de Paulo Rocha ao Senado e, mesmo sem aliança com o PMDB, ajudar a eleger Jader Barbalho para garantir apoios num eventual segundo turno, além de facilitar a vida da candidata à presidência da República, Dilma Rouseff, que no Pará terá dois palanques.
>> Petebistas analisam como manter candidatura
O encontro dos petebistas aconteceu no hotel Crowne. Estavam presentes o prefeito de Belém, Duciomar Costa, o líder da bancada na Assembleia Legislativa, deputado estadual Joaquim Passarinho, vereadores e os candidatos da legenda à Câmara Federal, Josué Bengtson e Raul Meireles.
Durante a reunião, que durou quatro horas, foram feitas consultas sobre como viabilizar juridicamente a candidatura de Yamada, uma vez que o PTB indicou o primeiro suplente de Paulo Rocha na coligação de Ana Júlia, o que poderia gerar impugnação.
Uma das alternativas analisadas é abrir mão da suplência de Rocha dada ao ex-prefeito de Tracuateua, Valdete Gomes da Costa. Raul Meireles diz que o PTB ainda não tomou posição sobre a questão. Indagado se o partido de Duciomar poderá sair da coligação para manter a candidatura de Yamada, disse não haver posição sobre isso. “Nós respeitamos o PT e queremos ser respeitados, mas temos todo o desprendimento para conversar. O combustível da política é o diálogo”, disse Meireles. (Diário do Pará)
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