terça-feira, 23 de março de 2010

Arco de Fogo na Transamazônica marcada por farra, álcool e abuso

Do Blog do Xarope:


Por Paulo Leandro Leal


Festas em balneários regadas a cervejas e mulheres. Dias inteiros trancados em um quarto de hotel sem nada para fazer. Cervejadas em praça pública. Orgias em hotéis e festas em boates. O roteiro bem que parece o de um grupo de homens jovens curtindo as férias adoidado, mas se trata de um grupo de integrantes das polícias consideradas da mais alta elite do Brasil: a Polícia Federal e a Força Nacional de Segurança, juntamente com fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).


A farra animalesca acontece na região da Transamazônica, onde mais de 90 agentes da PF, da Força Nacional e do Ibama realizam a Operação Arco de Fogo, criada ano passado pelo governo federal para coibir o desmatamento ilegal na Amazônia. O uso da estrutura pública (veículos, combustíveis e diárias) para farras deste tipo já é comum na história da Arco de Fogo. Ano passado, um grupo de policiais federais foi flagrado numa farra com bebidas em um clube particular em Altamira.


Desta vez não foi diferente. A operação montou uma base em Uruará desde o dia 11 de março e desde então mostrou poucos resultados além de farras e arbitrariedades, A reportagem do site ecoamazônia passou um final de semana em Uruará acompanhando as peripécias dos agentes federais e flagrou atos capazes de envergonhar o mais desavergonhado dos agentes públicos. Num destes casos, um grupo de agentes foi flagrado bebendo cerveja em plena praça central da cidade, em uma viatura que foi alugada pelo governo para a operação.


A caminhonete modelo L200 branca de placas HJJ 6138 estacionou no final da tarde de sexta-feira, dia 19, em plena praça e os agentes que estavam no veículo desceram e começaram a tomar as cervejas que estavam em uma caixa de isopor na carroceria do veículo. Foram mais de duas horas de bebedeira, sem que eles tivessem qualquer pudor em esconder o que estavam fazendo. Quando a cerveja acabou, os agentes entraram no veículos, alcoolizados, e saíram pelas ruas da cidade. Como não apareceu o "amigo da rodada", é óbvio que o veículo alugado para a polícia foi dirigido por um motorista bêbado.


Mas a noite ainda era pequena para a turma do arromba. Na mesma sexta-feira, por volta das 22:30, o mesmo veículo já estava rodando pelas ruas da cidade. Desta vez os agentes não pararam em nenhuma praça para se embebedarem, mas estavam à caça. Não, eles não estavam caçando bandidos, traficantes de alta periculosidade nem mesmo um ladrãozinho pé de chinelo. Estavam em busca de mulheres para satisfazerem seus apetites sexuais. Em frente à praça, no meio da rua, abordaram uma moça que entrou no carro e foi levada para um hotel localizado em frente ao Mercado Municipal, onde outros agentes estavam hospedados, aguardando a "presa" da noite. De lá, a mulher só saiu de madrugada.


entrada e saída de mulheres dos quartos é comum nos hotéis onde os agentes estão hospedados. Nos hotéis Dallas e Amazônia, onde está a maior parte dos agentes, funcionários confirmaram a movimentação de "meninas", ou namoradas dos agentes. Muitas vezes, apenas uma namorada para vários agentes, o que dá uma idéia do que acontece nos quartos cujos custos de hospedagens são pagos pela União.


Se estes fatos já não fossem suficientes para desmoralizar uma operação que nasceu morta - já que não apresentou resultados concretos até o momento - há ainda situações mais escabrosas. Como o toour que a turma da Arco de Fogo tem feito nos balneários da região. Nos dois últimos domingos, por exemplo, eles pegaram uma mini van que também está locada para a polícia, mais alguns veículos, e foram aproveitar a vida em um balneário localizado no município de Medicilândia. Novamente, a farra foi regada a muita cerveja, o combustível que parece alimentar a vontade insaciável de farrear destes agentes que deixaram seus estados e vieram para a Transamazônica com duas certezas na cabeça: que o povo da região é bandido e que eles estão em uma viagem de turismo de aventura onde podem fazer farra, beber e namorar ao custo do contribuinte. E nas horas vagas ainda podem brincar de rambo, com suas metralhadoras e armas de grosso calibre.

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